DIRETORA TEATRAL E ATRIZ, ANA KFOURI CELEBRA 40 ANOS
DE CARREIRA COM INAUGURAÇÃO DE CENTRO DE ESTUDOS:
A NOITE DE ABERTURA CONTARÁ COM LANÇAMENTO DE LIVROS
E SARAU, DIA 11 DE NOVEMBRO, NO RIO DE JANEIRO
O CEAK – Centro de Estudos Ana Kfouri, localizado no Cosme Velho, é dedicado à experimentação e pesquisa artística
Na inauguração, Ana Kfouri reunirá a classe teatral para um evento artístico,
com lançamento de três livros, sarau com leitura de textos e apresentação musical
Ao longo de sua trajetória profissional, a diretora teatral e atriz Ana Kfouri se dedicou a um trabalho vinculado ao campo intensivo – no qual palavra e corpo são entendidos como potência, como campos de forças em tensão e em relação. Na celebração dos seus 60 anos e 40 de carreira, ela inaugura um espaço dedicado à continuidade dessa experimentação e pesquisa artística: o CEAK – Centro de Estudos Ana Kfouri. Localizado no Cosme Velho, o centro será inaugurado, no dia 11 de novembro, das 19h às 22h, com o lançamento de três publicações – dos autores Angela Leite Lopes; Christian Prigent (com organização e tradução de Marcelo Jacques de Moraes e Inês Oseki-Depré); e Silvana Garcia – entremeado por um sarau que contará com leitura de textos e apresentação musical.
“Penso no CEAK como um espaço de potencialização da experimentação artística, no intuito de entrecruzar saberes prático-teóricos dos campos das artes cênicas e visuais, da literatura e filosofia, agregando artistas, estudantes de arte de modo geral, pensadores, pesquisadores e pessoas interessadas na experiência artística como um lugar de potência e, portanto, de interferência diferenciada no mundo de hoje”, destaca a diretora.
No evento de inauguração do espaço, a tradutora e professora Angela Leite Lopes, reconhecida por seu trabalho de intercâmbio entre o teatro francês e o teatro brasileiro, lança “Traduzindo Novarina – Cena, Pintura e Pensamento” (Editora 7letras). A publicação, resultado de um trabalho desenvolvido pela autora há mais de 15 anos, traça a trajetória do artista desde sua estreia no teatro em 1974 até os dias de hoje, procurando situar para o leitor brasileiro os aspectos variados da sua produção. “Este livro trata, no fundo, da prática da teoria: algo que permite que se fuja da indústria da explicação, para usar uma expressão cara a Novarina, e se critique a saturação dos conceitos, e sua consequente banalização, que impera hoje nos estudos sobre arte, e que me parece importantíssimo reivindicar”, frisa Angela.
Os professores e pesquisadores Marcelo Jacques de Moraes e Inês Oseki-dépré também estarão presentes, lançando a tradução de “Para que poetas ainda?”, de Christian Prigent (Editora Cultura e Barbárie). A obra, que reúne ensaios originalmente publicados pelo escritor, poeta e crítico literário francês entre 1996 e 2014, gira em torno da poesia francesa moderna e contemporânea. “Prigent discorre sobre a problemática da forma e da representação, a dimensão política da linguagem poética e sua relação com o mundo e com os idioletos contemporâneos, a tensão com o estrangeiro, a questão da oralidade, a performance etc”, define Marcelo.
A pesquisadora, diretora e dramaturga Silvana Garcia lançará seu “Territórios e paisagens – Estudos sobre teatro” (Editora Giostri), que reúne artigos publicados ao longo de mais de duas décadas, dentro e fora do Brasil. São textos que abordam a produção teatral e o pensamento sobre as artes cênicas em diferentes momentos e sob ângulos diversos, contribuindo para reconstituir um panorama da produção do período.
Ana Kfouri também vai se apresentar no evento, com um acordeão, tocando uma música composta por ela para o espetáculo ‘O Animal do Tempo’, de Valère Novarina, com direção de Antonio Guedes, que marcou sua volta aos palcos como atriz em 2007, e agora celebra a abertura de seu novo espaço. A diretora também lerá com Marcelo Jacques trechos de Prigent. Antonio Guedes selecionará trechos da obra de Beckett. Cesar Soares e Chris Igreja cantarão uma composição de Paula Leal e Amora Pera para o texto “Vocês que habitam o tempo”, de Novarina, e Paula Lom também cantará uma música sua para o mesmo texto. Trechos do autor ainda serão lidos por Angela Leite Lopes, Bruno Netto dos Reys, Ana Paula Bouzas, Lorena da Silva, Pablo Pêgas e Claudio Serra. Além das leituras, será exibido o vídeo “Senhora X, Senhorita Y”, novo trabalho de Silvana Garcia, ainda em processo, uma construção sobre as ruínas de “A mais Forte”, de Strindberg.
“A palavra é uma força corpórea, é o verbo agindo no corpo. E implica comprometimento, engajamento, afeto, atitude, ética. Desde sempre, para mim a palavra, a fala, o corpo, são forças da vida, estão na vida. Eu nunca poderia ser uma artista afinada com o pensamento representacional, que segrega, que separa arte e vida. Um pensamento dicotômico, hierárquico. O CEAK é também um ato de resistência, de luta e de perseverança por acreditar sempre que a arte é a saúde de uma sociedade e ninguém, nenhum governo, pode despotencializar o que é potência! Resistiremos sempre!”, destaca a diretora.
Sobre Ana Kfouri
Ana Kfouri é diretora teatral, atriz e pesquisadora. Foi idealizadora e coordenadora do Centro de Estudo Artístico Experimental (CEAE), de 2001 a 2009, diretora-fundadora da Companhia Teatral do Movimento, criada por ela em 1991, e cofundadora e diretora do Grupo Alice 118, criado em 1998. Integrou de 1992 a 2013 o corpo docente da Oficina de Interpretação e da Usina de atores da TV Globo. Em 2006, dirigiu a ópera I Capuleti e I Montecchi, de Vicenzo Bellini, no Municipal do Rio. Em 2007, voltou aos palcos como atriz, em O Animal do Tempo, primeira parte do texto Discurso aos Animais, de Valère Novarina, dirigida por Antonio Guedes. Em julho de 2009, estreou A Inquietude, segunda parte desse texto, dirigida por Thierry Trémouroux, dentro do projeto Novarina em Cena, que integrou a programação do Ano da França no Brasil. Em 2010/2011, encenou Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues, no restaurante Albamar, eleita Melhor Direção e Melhor Espetáculo pelo prêmio Arte Qualidade Brasil. Realizou (como atriz) o projeto Beckett, de 2012 a 2015, Primeiro Amor, dirigido por Antonio Guedes, e Moi Lui, dirigido por Isabel Cavalcanti. Foi indicada como melhor atriz por Primeiro amor no Prêmio Questão de crítica 2013, e melhor atriz por Moi Lui no Prêmio Cesgranrio 2013. Em outubro de 2016, participou do TEMPO FESTIVAL com a leitura/processo de seu próximo projeto teatral, Uma frase para minha mãe, do autor contemporâneo francês Christian Prigent, ainda inédito no Brasil, com tradução de Marcelo Jacques e direção de Márcio Abreu. A estreia está prevista para o primeiro semestre de 2018. Fez recentemente a preparação dos atores das novelas Novo Mundo (2016, 2017) e Tempo de amar (2017), ambas da TV Globo. Ainda este ano fará a preparação dos atores da minissérie Ilha de ferro.
Ana Kfouri é mestre em Teatro pela Unirio e doutora em Artes Visuais pela UFRJ. Mantém uma estreita relação com a PUC Rio: é especialista em arte e filosofia pela universidade, professora do Curso de Artes Cênicas (ACN), criado pelo Departamento de Letras e, atualmente, é coordenadora do curso. Semestre passado realizou com seus alunos o Projeto Repertório: Obsessões, Boca de Miséria e Anánkê, que obteve excelente repercussão em temporada de dois meses no campus da PUC Rio.
CEAK – CENTRO DE ESTUDOS ANA KFOURI
Endereço: Rua Filinto de Almeida 109 / 101 – Cosme Velho
Sarau de Lançamento
Dia 11 de novembro, das 19h às 22h.
Assessoria de imprensa
Bianca Senna
Rachel Almeida