Neste sábado, Anitta escolhe homenagear Maria Bonita, a primeira mulher cangaceira da história, em um figurino criado pela estilista Clara Lima em colaboração com Helo Rocha, Camila Pedrosa e Espedito Seleiro
Durante seu show em Recife, a cantora veste-se com roupas inspiradas nas que a Rainha do Cangaço usava, mais um look da série “mulheres guerreiras” que Clara Lima preparou para o Carnaval deste ano
Créditos: divulgação.
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São Paulo, janeiro de 2023 – Após Anitta subir ao palco com diversas referências de mulheres fortes e que, muitas vezes, mudaram a história, este sábado (28) é marcado pelo figurino que louva Maria Bonita, a companheira de Lampião conhecida por ser a primeira mulher cangaceira em uma época na qual não seguir os padrões era inaceitável. Por isso, essa figura feminina é uma das escolhidas por Clara Lima, a estilista e stylist da cantora, para ser representada durante um dos shows dos “Ensaios da Anitta” que antecedem o Carnaval, sendo ela uma das responsáveis por enfrentar a sociedade conservadora a fim de promover o empoderamento feminino, e possuir algumas coincidências com Anitta como, por exemplo, a adoração por cachorros.
Maria Gomes de Oliveira nasceu em uma pequena fazenda no povoado de Malhada da Caiçara, município da Glória, atual cidade de Paulo Afonso, na Bahia, em 1911. Casou-se aos 15 anos com o sapateiro José Miguel da Silva, obrigada por seus pais devido à forte pressão social. Em 1928, o casal separou-se, mesmo sendo essa uma ação que provocou grandes comentários à época. As constantes traições de José não eram aprovadas por Maria. Adultério masculino era tolerado pela sociedade, mas era grande o desentendimento entre o casal e a situação se tornou insuportável para a mulher.
Um ano depois, Maria conhece Lampião e os dois se unem por uma grande paixão. Ela se junta ao grupo de cangaceiros chefiados por ele e que percorreu grande parte do Nordeste brasileiro. Embora Maria Bonita tenha aberto as portas para a entrada de outras mulheres no cangaço, onde existia uma divisão de tarefas de forma quase igualitária — por exemplo, lavar e cozinhar eram tarefas de todos –, somente os homens tinham direito à liberdade que o cangaço oferecia. Cabia às mulheres a maior parte das obrigações. De qualquer forma, impossível não levar em consideração os feitos da cangaceira, que foi capaz de contrariar os costumes sociais não só uma única vez em prol de suas vontades.
Clara convidou outras duas estilistas e um artesão nordestino para colaborarem na criação e execução desse look que homenageia a revolucionária Maria Bonita. Dentre eles, então as estilistas Helo Rocha e Camila Pedroza, e o artesão Espedito Seleiro.
Assim como Maria Bonita, outras figuras femininas também foram enaltecidas por Clara e Anitta. Uma delas é a personagem fictícia Tieta do Agreste, que representa a mulher julgada pelas suas atitudes que reivindicam a liberdade feminina e luta pela sobrevivência resistindo ao conservadorismo. Outra é a bailarina Marietta Baderna que foi acusada de causar desordem por fomentar a cultura negra, unindo-a à feminilidade, à sexualidade e à arte popular. A série Mulheres Guerreiras se completa com a revolucionária Anita Garibaldi e a cientista Valentina Tereshkova, a primeira mulher astronauta da história.
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Créditos: Victor Libório (@quimeravermelha) e Nadine Cunha (@nadinecunhaa)
Ficha Técnica
Criação: Clara Lima (@_claralima), Helo Rocha (@helorocha), Camila Pedroza (@camilapedroza) e Espedito Seleiro (@espeditoseleirooficial)
Assistente de estilo: Giovanna Naomi (@giovxnnan)
Segunda Assistente: Liz Ortiz (@pixiesliz)
Confecção: Helo Rocha (@helorocha), Camila Pedroza (@camilapedroza) e Espedito Seleiro (@espeditoseleirooficial)
Ilustração: Victor Libório (@quimeravermelha) e Nadine Cunha (@nadinecunhaa)
Agência Lema
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