Galharufa Produções e Rendezvous Produções
apresentam
BRANCA
- Com dramaturgia inédita de Walter Daguerre e direção de Ivan Sugahara, “Branca”estreia em 6 de maio no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana, e fica em cartaz até o dia 29 do mesmo mês
- Depois, espetáculo segue temporada de 2 a 26 de junho na Sede das Cias, na Lapa
- Peça questiona o conceito de identidade a partir do olhar de uma mulher que perdeu a memória
Foto de Renato Mangolin
Uma mulher acorda de um coma profundo sem memória e não se reconhece na vida que lhe é apresentada. Este é o ponto de partida de “Branca”, espetáculo com texto inédito de Walter Daguerre que estreia dia 6 de maio no Teatro Glaucio Gill, espaço da Secretaria de Estado de Cultura/FUNARJ, em Copacabana, com temporada de sexta a segunda-feira, às 20h, até 29 de maio. Depois, a peça segue em cartaz de 2 a 26 de junho, na Sede das Cias, na Lapa. Dirigida por Ivan Sugahara, a montagem traz no elenco José Karini, Julia Stockler, Karen Coelho e Ludmila Wischanky.
“Branca” conta a história de uma mulher que, após ficar seis meses em coma, tem perda total de memória. Para tentar reintegrá-la à sua antiga rotina, o marido procura por uma terapia especializada e a mulher passa a ter encontros periódicos com uma conceituada profissional. Entretanto, conforme vai sendo reapresentada à vida que levava, a mulher passa a rejeitá-la, como se aquela existência não fosse sua, e deixando evidente a impossibilidade de (re)assumi-la. Essa nova realidade coloca em conflito o marido, a filha adolescente e a terapeuta, que se sente tocada pelos questionamentos e desejos dessa mulher.
O projeto é a primeira idealização da atriz, e agora produtora, Ludmila Wischansky, que lançou o convite ao diretor artístico Ivan Sugahara e ao diretor de produção Sérgio Saboya, para a realização de uma pesquisa e montagem teatral a partir de um texto de autor contemporâneo brasileiro. O resultado dessa pesquisa foi o encontro com a obra inédita de Walter Daguerre: Branca.
“Foi encantamento à primeira leitura. Nesse primeiro projeto, eu tinha o desejo de falar sobre o feminino, mas queria tratar esse tema numa visão sutil, poética e subjetiva, e foi exatamente esse olhar que encontrei no texto de Daguerre”, conta Ludmila.
A direção de Ivan Sugahara valoriza a força do texto e o trabalho dos atores como principais motores da encenação. No palco, os elementos cênicos, a iluminação e a música constroem uma atmosfera etérea, poética e subjetiva que traduz o universo interior da protagonista.
“Fui completamente fuzilado por esse texto. Há muito tempo não lia algo que me arrebatasse tanto. Logo no primeiro contato, fui tomado pela intensidade das palavras e, mesmo sem saber que iria montá-lo, me veio o espetáculo inteiro na cabeça. Isso é raro de acontecer. Tive certeza que o texto é quem que escolhe o diretor”, conta Ivan Sugahara.
DRAMATURGIA
Escrita em 2012, “Branca” é uma investigação teatral sobre famílias e afetos e, ao mesmo tempo, uma pesquisa sobre linguagem. O tema – mulher sem memória que não consegue mais se encaixar em seu passado e seguir com a vida que levava – e a forma – a escrita dramatúrgica aproximada da literatura poética – se complementam à medida que um serve de anteparo à outra: a ideia do sujeito está no centro da discussão.
Por se tratar de um tema que questiona conceitos (memória e sujeito) e valores (família e afeto) consagrados, o dramaturgo Walter Daguerre sentiu-se compelido a também repensar a estrutura da dramaturgia realista. Em “Branca”, o autor aventura-se pela desconstrução dos estilos clássicos, optando por flertar com gêneros literários, sobretudo o poético – com passagens em verso, canções e rebelde quanto às normas gramaticais – e explora as nuances internas de um ser em relação a outro, exibindo as distâncias entre o pensar, o falar e o agir.
“A subjetividade, sobretudo da mulher que perdeu a memória, é exposta por ela mesma num fluxo narrativo ininterrupto e visceral. ‘Branca’ é, no final das contas, um mergulho na escuridão. Estamos todos penetrando nas sombras, tanto do inconsciente – da mulher sem memória, da família atormentada, da terapeuta destituída de certezas – quanto da linguagem”, completa Daguerre.
“Branca” é apresentada e patrocinada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura por meio da Lei Municipal de Incentivo à cultura – Lei do ISS, pelas empresas Tecnenge Tecnologia de Engenharia, Eiffel, Comissaria Aérea do Rio de Janeiro. Conta com o apoio institucional do Governo do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura, Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro e o Teatro Glaucio Gill.
FICHA TÉCNICA
Elenco: José Karini, Julia Stockler, Karen Coelho e Ludmila Wischansky
Texto: Walter Daguerre. Direção: Ivan Sugahara. Assistência de Direção: Bia Bertu
Direção de Movimento e Preparação Corporal: Simone Nobre. Cenografia: Carolina Sugahara. Iluminação: Paulo Cesar Medeiros. Figurino: Tarsila Takahashi. Música Original: Marcello H
Comunicação Visual: Bruno Dante. Fotografia: Renato Mangolin. Produção Executiva: Maria Albergaria
Direção de Produção: Sérgio Saboya. Realização: Galharufa Produções & Rendezvous Produções. Idealização: Ludmila Wischansky
BRANCA
- Teatro Glaucio Gill – Praça Cardeal Arco-Verde, s/n – Copacabana. Tel.: (21) 2332 7904
Temporada Glaucio Gill: de 6 a 29 de maio.
- Sede das Cias – Rua Manoel Carneiro 10, Lapa. Escadaria do Selarón. Tel. (21) 2137-1271.
Temporada Sede das Cias: de 2 a 26 de junho.
Apresentações: de sexta a segunda-feira, às 20h. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Duração: 90 minutos. Classificação indicativa: 14 anos.