Mostra de Arte Urbana espalha pelo Rio obras de artistas de periferias

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Mostra de Arte Urbana espalha pelo Rio obras de artistas de periferias

MOSTRA DE ARTE URBANA DO OI KABUM!LAB ESPALHA PELO RIO OBRAS DE JOVENS ARTISTAS DAS PERIFERIAS

Criações multimídia serão apresentadas em diversos espaços públicos no dia 16 de novembro e em dezembro no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica

Um conjunto de instalações urbanas e performances públicas vai invadir a cidade dia 16 de novembro. A mostra Interferências, do Oi Kabum!Lab, conecta as criações multimídia de arte e tecnologia de mais de 70 artistas das periferias do Rio. Com temáticas e linguagens variadas, as obras foram todas produzidas durante o Laboratório de Intervenções Artísticas do Oi Kabum! Lab, centro de cultura digital que é ponto de encontro e resistência da juventude popular carioca. Em dezembro, os trabalhos serão apresentados durante exposição no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica.

As produções foram divididas em quatro temas: Vida Urbana (Beat Bike, Street Não Viu, rebU, 021, Vitória e Favela Influencers); Distopias Ambientais (Surrealixo e R.A.M.); Igualdade e Cultura Negra (Corpo Encruzilhada, Lenga-lenga Orô e Ori) e Corpo-Mente (Interferência Divina, NDA, Árduo Trajeto e Oráculo).

O projeto propõe novas narrativas para as diferentes identidades de cada um dos artistas. Entre os destaques da mostra, tem bicicleta como veículo musical tecnológico e como símbolo da precarização do trabalho. Tem a visão de crianças negras sobre seus cabelos através da confecção de penteados e tranças afro. Tem os influenciadores locais que impactam suas comunidades em vários campos da arte e da ação social. Tem moda consciente e inovadora, com materiais descartados. Tem tradição yorubá e tem holograma com oráculo sonoro.

Interferênciascelebra os 10 anos de parceria entre o Oi Futuro e o CECIP – Centro de Criação de Imagem Popular, organização civil pioneira na democratização do acesso às mídias e à cultura digital, criada em 1986 por Paulo Freire, Claudius Ceccon, Eduardo Coutinho, entre outros. Desde 2009, a Oi Kabum! tornou-se referência de conexão entre artistas e produtores culturais periféricos do Rio de Janeiro. Mais de 2 mil jovens já passaram pelos cursos e oficinas dos projetos Oi Kabum! Rio e Oi Kabum! Lab.

Todos os trabalhos foram desenvolvidos através desta parceria, com patrocínio da Oi, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Sediado no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, no Centro, o Oi Kabum! Lab promove o acesso de jovens artistas a vivências de experimentação criativa e tecnológica. O espaço também oferece oficinas e realiza eventos gratuitos, com o objetivo de apoiar a produção e disseminação de arte contemporânea produzida nas periferias.

Em 2020, o Oi Futuro e a Oi Kabum! estão confirmados na programação oficial da próxima edição do SXSW EDU Conference & Festival – maior evento de inovação do mundo que acontece em março, em Austin, no Texas. Entre 1.700 propostas, o público votou no painel “Arts and tech to empower young creative changers”, que apresentará os cases do Oi Kabum! Lab e do NAVE, outro projeto de educação desenvolvido pelo Oi Futuro, em duas escolas públicas de Ensino Médio.

 

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MÍDIAS

Site: http://oikabumrio.org.br/site/lab-iu/

Instagram: https://www.instagram.com/oikabumlab

Sinopses das obras Interferências3

I – VIDA URBANA

1. Beat Bike → Instalação/evento em espaço público, é uma “fábrica de beats” com recurso de inteligência artificial acoplada a uma bike iluminada por leads e cujas rodas são telas onde há projeções de arte urbana. O evento mistura artistas e passantes na produção e mixagem ao vivo de beats e improvisos de rap. Há ainda parceria com outros projetos de arte-bike, como o Quilombike. (Ayofemi – Helen Pereira de Oliveira, Byu La, Emana Helena D’tróia, Felipe Bacelar, Fernanda Peniche, Marcos Braz, Mila Milanesa, Matheus Ferreira, Nicole Pereira Pessoa, Thiago Guilherme Souza da Silva, Ton Oliveira, Zenin – Marcos Ramos/Músicos convidados: Bart, Cjota, LudiK, Mari Estevam, Saluh, Tony Mayke)

2. Street Não Viu → A correria invisível de artistas urbanos marginais ao circuitão, em quatro vídeos com diferentes formatos e linguagens: depoimentos, clipes e videogame imersivo em RV. (Lúcio Mendes, Daniel Barbosa de Lima, Matheus Ferreira, Thiago Guilherme Souza da Silva, Ulysses Giesta, Wellington Pereira Rosa)

3. rebU → Instalação e performance em praça pública: imensa bag de biker entregador de comida (UberEats, Ifood, Rappi), com projeções mapeadas nas laterais e aberta para que o público entre e ouça/veja depoimentos de entregadores. Questionamentos sobre a uberização do trabalho e da vida, inclui ainda ações de lambe e “adesivaço” (Germano Portela, Dikran Machado, Thiago Guilherme, Milton Ferreira)

 

4. 021 → Painel com imagem cartão-postal do Rio sofre intervenções diversas em colagem projetada que sobrepõe com crítica e ironia os sentidos contraditórios da cidade. (MaCa – Maria Carolina Rodrigues e Patrick Lopes)                                                                                                                      

5. Favela Influencers → Imersão em VR leva espectador para dentro de favelas e periferias no Rio e na Baixada, onde conhecerá personagens que impactam suas comunidades em vários campos da arte e da ação social, em vídeo-depoimentos. (Daniele Macario)

6. Vitória → O Brasil deu certo para quem? Releitura da estátua grega conhecida como Vitória de Samotrácia: projeções mapeadas exploram a ideia de “glória e poder” do Estado, no caso brasileiro. (Antonio Meurer, Taianne Oliveira e Lua Melo)

 

II – DISTOPIAS AMBIENTAIS

 

7. Surrealixo → Alta costura exclusiva e prêt-à-porter por estilistas da periferia. As criações têm como ponto de partida os materiais descartados e lixo. Estética inspirada em um futuro surrealista. Ensaios fotográficos, vídeos e desfile em espaço público. (Billi, CARU, Cléo Fonseca David Ritter, Felipe Bacelar, Fernanda Maurici, Jamile Adriana Costa Silva, Lua Calasara, Lua Felix, Paulo Henrique de Oliveira, Pita – Naiara Feitoza Camargo de Castro, Wendel Tavares Zenin – Marcos Ramos)

8. R.A.M. (Reconfiguração Afetiva de Memória) → No pós-apocalipse ambiental, mulher-máquina descobre portal temporal e mergulha em uma espiral de lembranças (ou chip de memória?) de quando houve vida na Terra. Performance e projeção mapeada de animações e vídeos, com sensores para interação do público. (Brenda Ellen Diehl, Cléo Fonseca, Mylena Tayla de Britto Bitencourt, Rafael Cavalcanti – RAFU, Redson Fernando Alves da Silveira Junior)

 

III – IGUALDADE E CULTURA NEGRA

9. Corpo Encruzilhada → Performance de corpos negros vestidos de forma homogênea percorrem, no Centro do Rio, os endereços onde se anunciava em grandes jornais a compra e venda de escravos. Haverá uma caminhada partindo de ruas como Quitanda, Ouvidor, Rosário e Rua do Carmo que se interligam e formam uma encruzilhada e que levam a lugares de memória como o Cais do Valongo e ao Chafariz de Nossa Senhora do Carmo onde acontecerá um ato de purificação e resgate com dos corpos marcados pelas palavras dos anúncios. (Joeliton Sousa Ribeiro, Tatiane Ferreira Campos, Vanessa dos Santos Vieira, Marina de Aquino Piedade)

10. Lenga-lenga Orô → Animação e projeção de palavras de origens africana e indígena, conhecidas e desconhecidas. (Danillo Travassos, Emana Helena D’tróia, Mariane Duarte)

11. Ori → Crianças negras experimentam tranças e comentam sua relação com os cabelos e penteados. Vídeo e projeção. (Teodora Aya e Bida Barreto)

 

IV – CORPO-MENTE

12. NDA → Nesta performance, o corpo humano se adapta, se renova e se recria. Os valores humanos têm mudado, não vivemos mais de uma forma orgânica. Inserimos dia a dia substâncias e objetos que despertam em nosso organismo a compulsividade, o vício, a aceleração de nossos processos humanos. Infectados, corremos de um lado para o outro a procura de nós mesmos. (Amaonda, CARU, Lua Felix, Rená)

13. Árduo Trajeto → Instalação e performace mesclando notícias de violência nos jornais, imagens de santos católicos e materiais concretos como cabelos, “sangue” e pedaços de corpos inspirados em ex-votos: feitos de silicone, eles derretem com o passar dos dias. (Gabrielzíssima)

14. Oráculo → Num labirinto espiral, público acessa um robô-oráculo: em forma de holograma, ele emite imagens e sons de camadas de palavras sobrepostas e invertidas, a princípio incompreensíveis. Ao se concentrar numa pergunta, o visitante terá do Oráculo sua resposta exclusiva. (Pedro Ryan e WAR)

15. Interferência Divina → O sagrado, o intocável, a palavra divina: um dos livros mais importante da humanidade, a bíblia. Interferir artisticamente nas suas ordens e ensinamentos complexos. Exaltar e projetar aos céus suas falas que, em vez de tratar de amor, alimentam o ódio. (WAR)

 

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