O Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, o maior evento do gênero no País, completa duas décadas de celebração da música, das artes e das tradições populares de todos os cantos do Brasil. A Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, instituição realizadora do Encontro, prepara uma edição virtual este ano devido à pandemia do Covid-19. Com enfoque nos números musicais, as apresentações são transmitidas gratuitamente pelo canal do Encontro no YouTube durante um mês, com início no dia 25 de julho e término no dia 23 de agosto. Aguarda o público uma programação repleta de shows, rodas de conversa, oficinas, imagens da região, além de uma retrospectiva dos 20 anos do evento.
A curadoria do Encontro selecionou 47 artistas e grupos de todo o Brasil que preparam 31 espetáculos musicais (Veja, abaixo, resultado do edital**). O evento recebeu ao todo 378 inscrições. A região com mais inscritos foi o Nordeste, com 35%. O Sudeste e o Centro-oeste alcançaram, respectivamente, 31,4% e 22,7%. O Norte contabilizou 7,1% e, o Sul, 3,8%. Quanto aos estados, participaram do edital mais músicos dos estados de São Paulo, Pernambuco, Distrito Federal, e Goiás.
O formato virtual traz, no total, 16 lives com dois shows cada uma, 8 rodas de prosa e 8 oficinas. Diretamente da Vila de São Jorge, distrito de Alto Paraíso de Goiás, um cerimonialista conduz o programa e chama os artistas para um bate-papo rápido seguido por uma apresentação preparada por cada músico, de sua casa ou estúdio. O público conta com quatro lives por semana, de quinta a domingo, com exceção dos finais de semana de estreia e de encerramento. Estes totalizam duas transmissões, uma no sábado e outra, no domingo. No restante da semana, entre a segunda e a quinta-feira, é o momento das rodas de prosa e das oficinas, indo ao ar uma dessas atividades por dia.
O grande destaque das lives é o encontro musical entre artistas de diversas regiões do Brasil, o que mostra a potência da produção musical nacional e a enorme diversidade de ritmos e sons do País. Músicos e grupos são orientados a se encontrarem virtualmente e, a partir disso, produzirem arte juntos. Muitos deles preparam apresentações exclusivas para o evento.
Artistas da música de renome nacional e internacional, de várias regiões do País, compõem a programação junto às comunidades tradicionais. Músicos como Naná Vasconcelos, Hermeto Pascoal, Lenine e Lia de Itamaracá já participaram do evento. O Encontro reúne espetáculos que, além da música e arte, exprimem fé e traduzem a essência de povos indígenas, mestres, brincantes, violeiros, artistas e representantes de diferentes tradições da cultura brasileira.
A importância do evento para o resgate e o fortalecimento de uma identidade brasileira é do tamanho do Brasil. Agraciado com muitos prêmios e reconhecido, em 2006, pelo Ministério da Cultura (MinC), como uma das 10 melhores iniciativas em prol das Culturas, o evento promove ações que valorizam as diversas manifestações culturais transmitidas pelos mestres, povos originários e pelas novas gerações de artistas e músicos.
Juliano Basso, presidente da Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, afirma que o evento reúne e levanta bandeiras fortes, como a diversidade, a agenda ecológica e a preservação das culturas tradicionais e populares, cujas manifestações são patrimônios imateriais. “Essas características dizem respeito à nossa identidade, história e originalidade, e que, se bem valorizadas, podem beneficiar nossos povos e o entendimento sobre o que é o Brasil e o povo brasileiro. Além de levar ao reconhecimento do valor estético indiscutível dessas manifestações e à sua assunção como arte contemporânea e atemporal”, conclui.
Todo ano, durante 15 dias do mês de julho, sobem as cortinas e um lugar encantador, cercado de natureza, ao pé do Parque Nacional da Chapada, se desvela em meio ao cerrado goiano, no coração do País, e vira cenário de mestres e artistas que levam suas músicas, danças, artes e cultura para cerca de 30 mil visitantes. Na edição virtual, o evento espera atingir um público ainda maior já que agora é possível levar o Encontro até a casa das pessoas, via internet.
Diversas pautas que tocam em temas urgentes do Brasil se entremeiam à filosofia do Encontro. Basso chama a atenção para o Cerrado, bioma da região centro-oeste, onde ocorre o evento, alvo de exploração e desmatamento. “O Cerrado tem a mesma importância que a Amazônia para o Brasil, mas é esquecido nas discussões sobre o meio ambiente”, afirma o idealizador do Encontro.
A Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge acredita na arte e na cultura como essenciais ao enfrentamento do contexto atual de crise. A organização promove a multiplicação de ações que incentivam o desenvolvimento de trabalhos artísticos e dos profissionais da cultura no País, principalmente no fortalecimento das culturas tradicionais. Tem como missão “promover encontros multiculturais que estimulem a troca de saberes e fazeres”.
Tião Carvalho e Ana Maria Carvalho/Divulgação
PÚBLICO DO ENCONTRO DE CULTURAS e PROJETO TURMA QUE FAZ
Com público amplo, vindo de todas as partes do Brasil e do mundo, formado por pessoas de todas as idades e classes sociais, o evento viabiliza a reunião das culturas populares em momentos espontâneos, charmosos, únicos e que marcam a experiência de quem assiste.
Juliano Basso enxerga nos jovens um público em potencial. Eles já representam uma parcela dos participantes, tanto como artistas quanto como espectadores, e são essenciais para a permanência dessas manifestações do Encontro de Culturas.
Projeto que integra a programação do evento todos os anos, a opereta popular, das crianças e adolescentes do Turma que Faz, foi idealizada por Doroty Marques. A arte-educadora está, há três décadas, à frente de um trabalho social por meio de atividades educativas, artísticas, esportivas e ambientais, que utilizam a arte e o meio ambiente como linguagem sensibilizadora e realizadora. Esse ano, ela prepara a apresentação à distância com as crianças, devido à quarentena.
**ARTISTAS SELECIONADOS 2020
Categoria 1
Lia de Itamaracá + Filhas do Barachinha (PE)
Juraildes da Cruz (GO)
Odete Pilar + Ceguinhas de Campina Grande (PB)
Nelson da Rabeca e Dona Benedita (AL) + Maciel Salú (PE) + Thomas Rohrer (SP)
Tião Carvalho + Ana Maria Carvalho (MA/SP)
Coco Raízes do Arcoverde (PE) + Coco de Praia do Iguape do Mestre Chico Casueira (CE)
Geovana (RJ) + 7 na Roda (DF)
Adiel Luna (PE) + Mestre Bule Bule (BA)
Categoria 2
Xamba das Yabás + Isaar (PE)
Grupo Orí (PE) + Sergio Pererê (MG)
Cantoras dos Rojões (AL)
Idowu Akin + Iara Deodoro (RS)
Rodrigo Ciampi (SP) + Felipe Cordeiro (PA)
Cafurnas Fulni-ô (PE)
Grupo Çapo (AM)
Foli Griô (RJ)
Categoria 3
Goiaba + Flavio Marciano (GO)
Ave Eva + Forró das Muié (GO)
Conrado Pera (GO)
Maracatu Leão do Cerrado (GO)
Baque Mulher (GO)
Trio Buritis (GO)
Araraúna (GO)
Resultado edital 2/2020 – Jovens artistas
Afoxé Alafin Mimi (PE)
Cavalo Marinho Infantil Sementes do Mestre João do Boi (PB)
Iamandu Karai e Tainara Takua (SC)
Grupo de Coco Mixidinho da Xambá (PE)
Coral de Jovens do Povo Fulni-ô (PE)
Grupo de Suça Tia Benvinda (TO)
Tambores do Tocantins (TO)
Orquestra Cultural do Barro Branco (BA)
Encontro de Culturas: http://www.encontrodeculturas.
Links vídeos curtos do Encontro no YouTube: http://www.youtube.com/watch?
Link para fotos em alta: http://drive.google.com/drive/
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VEJA TAMBÉM:
Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge: http://www.cavaleirodejorge.
TURMA QUE FAZ – PROJETO QUE FAZ PARTE DA PROGRAMAÇÃO TODOS OS ANOS
Site oficial: http://www.turmaquefaz.org.br/
Uma das operetas: http://www.youtube.com/watch?
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3 vídeos com inspiração Playing for Change:
Especial Dia de São Jorge: http://www.facebook.com/
RAP DO CERRADO: http://www.facebook.com/