MONÓLOGO O REI DA GLÓRIA ESTREIA NO SESC TIJUCA NO DIA 12 DE MAIO
Idealizada pelo ator e dramaturgo Anderson Cunha, que também divide a direção com Guilherme Miranda, a peça narra a história de sete personagens que transitam pelo bairro da Glória
Foto: Rodrigo Castro
Um traficante, que vende objetos usados na calçada da Glória, apresenta – num falso documentário – seu ponto vista sobre o bairro e as pessoas que por ali circulam. Um pastor, um homem que mora numa árvore, uma mulher sinestésica e apaixonada, uma virgem grávida e um ator, que também é MC, têm suas vidas cruzadas pelas esquinas da Glória, sob olhar atento de um documentarista. A partir de uma profunda pesquisa de linguagem, o ator e diretor Anderson Cunha escreveu o monólogo O Rei da Glória, uma crônica poética dos dias atuais, que estreia no Sesc Tijuca no dia 12 de maio. A curta temporada será de sexta a domingo, até 28 de maio.
Inspirado em autores contemporâneos como Matéi Visniec e Valere Novarina, Anderson iniciou o projeto há quatro anos escrevendo sobre figuras comuns de um grande centro urbano, de forma fantástica e irônica. Com o tempo, escolheu o bairro da Glória para ser o cenário da narrativa. “Estes personagens, muitas vezes invisíveis aos olhos de quem passa, ganham dimensão espetacular e dilatada na peça”, destaca Anderson. “São como a frequência de rádio: numa sintonia fina, se misturam e se impõem diante do espectador”.
Rico Star vende objetos usados na calçada do bairro e observa a vida dos transeuntes: o Pastor, que usa o dicionário ao invés da Bíblia e prega o uso das palavras; Bóson, um homem que mora numa árvore, cuja loucura toca a genialidade; EMC ao Quadrado, ator e MC que acredita na revolução e paga um alto preço por isso; Rebeca, uma mulher apaixonada e sinestésica; Clarisse, uma virgem grávida que movimenta a cidade com a espera de um Messias; e um Cineasta que registra os depoimentos enquanto tenta resolver seus problemas amorosos com Rebeca. Anderson interpreta os cinco personagens masculinos. Rebeca e Clarisse entram em cena com locução em off.
Para construir cenicamente o monólogo, o ator e diretor – que escreveu o texto e também atua na montagem, convidou Guilherme Miranda para assinar a direção ao seu lado. “Meu papel é ajudá-lo a dançar nas sutilezas propostas por seu texto, sem deixar subtrair ou facilitar o que esta plataforma nos oferece”, destaca Miranda. “Anderson tem domínio do corpo e voz em cena, então me sinto como um expectador privilegiado”.
O Rei da Glória aponta questionamentos sobre intolerância, pobreza, marginalização e o caos contemporâneo. “Numa época em que a intolerância e a falta de bom senso imperam, o monólogo utiliza o realismo fantástico e uma ironia lúdica para fazer uma crítica ao cotidiano”, conclui Anderson.
SOBRE ANDERSON CUNHA
É bacharel em comunicação social pela UGF. Adaptou e dirigiu o espetáculo “Sonho de uma noite de São João” na praça Santos Dumont com a supervisão do Paulo Betti. Assumiu a direção de José Wilker no espetáculo “O Comediante” com Ary Fontoura. Foi coordenador do ciclo de leituras da Casa da Gávea na comemoração de 20 anos. Atuou no espetáculo “Sucesso” de Leandro Muniz, “Bette Davis e a máquina de Coca-Cola” de Renata Mizrahi, a partir de um esquete de Jô Bilac, direção Diego Molina; “Obsessão” de Carla Faour, direção Henrique Tavares; “Epheitos Kolaterais”, texto e direção Henrique Tavares; “Coisas que a gente não vê”, de Renata Mizrahi, direção Joana Lebreiro; “Você tem que me dar seu coração” de Luis Carlos Góes, direção Marcus Alvisi; “Relações, peça quase romântica” texto e direção Leandro Muniz; “Dona Rosita, a solteira” de Federico Garcia Lorca, direção Antônio Grassi; “Entre o céu e o inferno”, baseado na obra de Gil Vicente, direção de Cristina Pereira e Helena Warvaki; “Antígona, o nordeste quer falar” e “Viva o cordel encantado” com direção de Benvindo Sequeira. Anderson também atuou em três espetáculos de Nelson Rodrigues: “Anti-Nelson Rodrigues”, substituindo Joaquim Lopes, com Tonico Pereira no elenco e direção de Bruce Gomlewsky; “Bonitinha, mas Ordinária”, direção Alexandre Bocannera e “À sombra das chuteiras imortais”, adaptação e direção Henrique Tavares.
SOBRE GUILHERME MIRANDA
Formado ator pela CAL, trabalhou com importantes companhias e diretores do teatro brasileiro em seus 22 anos de carreira: João Falcão, Gabriel Villela, Enrique Diaz, Paulo Betti, André Paes Leme e Karen Acioly são alguns deles. Adaptou para libreto da ópera o conto “O Pescador e sua Alma”, musicado por Marcos Lucas. Desde 2008, trabalha em intervenções artísticas como palhaço em hospitais públicos. Primeiro integrando o elenco fixo dos Doutores da Alegria, depois fundando e atuando em seis edições do projeto “Roda Gigante” e agora, coordenando, atuando e fazendo a direção musical no projeto “Roda de Palhaço”. É membro da Cia. Teatro Portátil, aonde também assina a direção musical, arranjos e trilha original dos espetáculos criados. Por “Bonitinha, mas Ordinária”, foi indicado ao prêmio Questão de Crítica na categoria “Melhor Ator”. Atualmente está na peça “Cabeça – um documentário cênico”, de Felipe Vidal. Este espetáculo está indicado aos prêmios CESGRANRIO, APTR nas categorias: autor e música e ganhou o prêmio SHELL 2017 como “Melhor Música”. Também fez a direção musical e trilha original dos espetáculos: “Os Colegas – O Musical”, “As Duas”, com o Teatro de Anônimo e “Neurótica”, de Flávia Reis. Fez a direção artística e musical dos espetáculos “Quando Toca o Coração”, “Bibliotecas do Mundo” e “Ziraldo – Histórias ao Vento”.
FICHA TÉCNICA
Texto e atuação: Anderson Cunha
Direção: Guilherme Miranda e Anderson Cunha
Direção de arte: Ronald Teixeira
Cenografia e Figurinos: Ronald Teixeira e Guilherme Reis
Iluminação: Paulo César Medeiros
Direção de movimento: Clarice Silva
Fonoaudióloga: Luisa Catoira
Trilha Sonora: Guilherme Miranda e Anderson Cunha
Assistência de direção: Renata Benicá
Direção de Produção: Andreia Fernandes e Lya Baptista
Programação Visual: Silvio Cunha e Rodrigo Micheli
Assessoria de Imprensa: Bianca Senna
Fotografia: Rodrigo Castro
Mídias Sociais: Rafael Teixeira
Vozes em off: Julia Shaeffer, Márcio Machado, Guilherme Miranda, Renata Benicá, Adriano Pellegrino e Thaine Amaral
Coordenador Técnico/ Operação: Moisés Farias
Realização: Cavalo Marinho Produções Artísticas Ltda.
O REI DA GLÓRIA
Temporada: De 12 a 28 de maio de 2016.
Local: Sesc Tijuca – Teatro II (Rua Barão de Mesquita, 539 – Tijuca)
Informações: (21) 3238-2139
Dias e horários: De sexta a domingo, às 19h.
Capacidade: 50 pessoas
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Ingressos: R$25 (inteira), R$12 (estudantes e idosos) e R$6 (comerciários)
Horários da bilheteria: terça a sábado, de 7h às 20h. Domingo, 9h às 20h.
Assessoria de imprensa do espetáculo
Bianca Senna