Oktoberfest Rio 2019: mais uma festa com a cara do empresário que acredita na cidade Peck Mecenas comanda alguns dos eventos mais concorridos do calendário cultural carioca
Arena No1, Festival de Inverno, Sertanejo in Rio, Arráia Carioca, Oktoberfest Rio… Essas atrações, que injetam milhões na economia carioca e geram mais de dez mil empregos, têm em comum a assinatura do realizador cultural Peck Mecenas e da sua Peck Produções. Os shows reúnem estrelas do quilate de Iza, Marcelo D2, Maria Rita, Jorge Ben Jor, Paralamas do Sucesso, Marília Mendonça e Diogo Nogueira. Produções internacionais também estão no cardápio e trouxeram nomes como Ben Harper, Maxi Priest, Men at Work e Ziggy Marley.
A próxima Oktoberfest, que acontece em dois finais de semana – de 18 a 20 e de 25 a 27 de outubro –, vai trazer a cultura alemã para a Marina da Glória na companhia de grandes nomes do Rock brasileiro como Barão Vermelho, Blitz, Fernanda Abreu, Ira e Raimundos. O sucesso da primeira edição do evento, em 2018, foi tamanho que, poucas horas após o último chope ser servido, Peck e a Cervejaria Brahma fecharam a realização da Festa este ano.
Os primeiros passos no showbiz
Mas voltemos ao início desta jornada. O ano de 1991 foi decisivo na vida do jovem Péricles Mecenas. Recém-formado pelo Colégio São Bento, onde já organizava saraus, o adolescente iniciou sua trajetória profissional em Niterói, onde nasceu e vive até hoje. Em 30 de abril daquele ano, Peck assinou sua primeira produção musical profissional, em um show do também precoce Ed Motta, na extinta casa Cool Ibiza, de Chico Recarey. Ele tinha apenas 16 anos e uma ideia fixa na cabeça: aquela seria sua profissão pela vida toda.
O retorno aos bastidores não demorou. Em maio e agosto daquele ano, Peck produzia na mesma casa os shows de Inimigos do Rei e Plebe Rude. Dezesseis anos de idade e três shows de sucesso no currículo em menos de cinco meses. Nada mau para um garoto.
40 graus na cidade vizinha
O verão de 1992 foi um dos mais marcantes do Rio de Janeiro. O país via a juventude ir às ruas pedir o impeachment de Collor. Pelo menos durante o dia, porque à noite o destino era outro: o Circo Voador. A lona mais tradicional da cultura brasileira foi a segunda casa de Peck. Era lá, no período de 1992 a 1996, que o ex-aluno da PUC dava expediente todas as noites. Mas não para curtir com os amigos os shows de lendas como Barão Vermelho, Tim Maia e Jorge Ben Jor. Mas sim para fazer a festa acontecer! Peck produzia os espetáculos destes artistas e de tantos outros que embalaram uma geração de frequentadores do Circo.
“Eu tô voltando pra casa”
Depois de uma temporada intensa do outro lado da ponte Rio-Niterói, era hora de voltar pra casa. Foi assim que, em 1997, Peck tornou-se um dos maiores responsáveis por colocar um pedaço de Niterói no mapa cultural do país. Ele assumia a produção do até então pouco conhecido Espaço Cantareira. Lugar que viraria fenômeno de público sob sua liderança e a realização de shows de artistas como Planet Hemp, Geraldo Azevedo, Forróçacana e Pedro Luís e a Parede, que fez de seus shows um laboratório para a criação do Monobloco. Graças à parceria entre Pedro Luís e Peck, um dos maiores fenômenos do carnaval de rua do Brasil teve o embrião germinado em terras niteroienses.
Foram dezenas de espetáculos que não apenas marcaram época, mas devolveram à cidade o papel de protagonista na cena cultural do estado. Foi assim até o ano 2000, quando em nova travessia da Ponte, Peck chegava à na Fundição Progresso, onde foi o responsável pela produção artística por diversos anos.
O teatro mais musical do Brasil
Mas o regresso para terra natal seria questão de tempo. Em 2007 o então presidente Lula desembarcava em Niterói para inaugurar um dos mais belos espaços culturais do país: o Teatro Popular Oscar Niemeyer. Era a oportunidade que faltava para fazer pulsar mais uma vez a cultura na cidade.
O cartão de visitas foi a realização do “Arraiá Cantareira, que em 2008 levou ao Teatro Popular de Niterói a aura dos eventos que fizeram a fama do Cantareira havia 10 anos. Mas o gol de placa veio logo a seguir, e novamente entraria para a história da cidade. Já sob a gestão da Peck Produções, empresa que fundou em 2002, o empresário produziu o Rio Mix Festival, com shows arrebatadores de Marcelo D2, O Rappa e Natiruts. Resultado: um festival como a cidade nunca tinha visto, 25 mil pessoas, o maior público registrado em um show no município.
Foi apenas o início de mais um casamento feliz entre Peck e a cultura da cidade. De lá para cá, o Teatro Popular de Niterói viu o empresário realizar eventos como o Verão da Mix (2012), com shows de Barão Vermelho, Capital Inicial e Paralamas do Sucesso. Logo depois, em 2013, mais um grande feito, em parceria com a Audiomix: a Peck Produções realizou a primeira edição do Villa Mix, maior festival itinerante do Brasil, no Estado do Rio de Janeiro. Os fenômenos do sertanejo pop Gusttavo Lima e Jorge & Mateus se apresentavam na cidade pela primeira vez.
A Peck Produções seguiu levando arte e cultura ao Teatro Popular, que a esta altura já se tornara um dos símbolos da cidade. Peck e sua equipe produziram com êxito o Nikit Pop Festival (2014), que sacudiu a cidade com os acordes de Jota Quest, Skank e Natiruts.
A história de amor, empreendedorismo e arte entre Peck e Niterói teve ainda as produções do festival sertanejo Festeja, nos anos de 2015, 2016 e 2017. Mas a história ainda está longe de acabar.
Inverno no Rio
Em 2017, mais uma ideia ambiciosa. Como promover um festival de música e movimentar a economia da cidade durante a baixa temporada e a estação com menos identificação com a alma carioca? Foi quando Peck apostou na diversidade musical, marca registrada da cidade, para realizar a primeira edição do Festival de Inverno Rio, também na Marina da Glória. Com três dias temáticos, dedicados ao rock, hip-hop e sertanejo, a aposta se mostrou certeira! Em 2018 e 2019 foram realizadas a segunda e a terceira edições, com dezenas de estrelas da música brasileira, como Jorge Ben Jor, Marcelo D2 e Zeca Pagodinho. A edição 2020 já está nos planos.
“Guardo cada evento, cada artista e reações do público na memória e na alma. Tenho um baita orgulho de ter realizado tanto pela cultura do Rio, de ter contribuído um pouco para a geração de emprego e renda através da arte. É isso que me faz levantar com a cabeça fervilhando de ideias todos os dias, não vou parar tão cedo”, conclui Peck.
Investir no inverno se tornou o grande diferencial dos eventos do ainda jovem Pericles Mecenas, que aos 44 anos produz anualmente os eventos Sertanejo in Rio (desde 2015), Samba do Zeca (desde 2016), Festival de Inverno Rio (desde 2017), Oktoberfest Rio (desde 2018) e Arena N1 (em 2018 e 2019). Mas como 2020 já está logo alí, Pericles já planeja transformar a cidade no maior Arraiá do Brasil. E viva o inverno carioca!