Cia Dramática de Comédia monta texto inédito no Espaço SESC
CIA. DRAMÁTICA DE COMÉDIA COMPLETA 24 ANOS E MONTA TEXTO INÉDITO DO DIRETOR JOÃO BATISTA LEITE
Ouvi dizer que a vida é boa traz Carol Machado no papel principal e cumpre temporada na Arena do Espaço SESC Copacabana, de 7 de junho a 1º de julho
A frase dita por uma mulher ao se justificar por não ter conseguido realizar nem mesmo seu mais singelo e verdadeiro sonho foi o ponto de partida para a criação da nova montagem da Cia. Dramática de Comédia, que está celebrando 24 anos de atividade. Com texto original e direção de João Batista Leite, Ouvi dizer que a vida é boa estreia em 7 de junho, na Arena do Espaço SESC Copacabana, com Carol Machado no papel da protagonista.
“Há alguns anos, li no jornal uma matéria em que uma idosa, moradora de um subúrbio do Rio, afirmava nunca ter visto o mar, seu grande desejo, apesar de morar em uma cidade litorânea. ‘Um dia é uma coisa, outro dia é outra coisa, o tempo vai passando…’, justificou. Aquilo ficou na minha cabeça e, aos poucos, comecei a criar a história da mulher que passa pela vida sem efetivamente viver, sabendo de tudo por ‘ouvir falar’”, conta o autor e diretor.
O espetáculo é uma narrativa musical que dá continuidade à pesquisa de linguagem desenvolvida pela companhia em suas produções mais recentes, como O homem da cabeça de papelão (2008) – indicado ao Shell pela música e direção musical de Marcelo Alonso Neves, que também assina a trilha original deste novo trabalho –, A Caolha (2010) e Música no ar (2014). Nela, as músicas do espetáculo são parte integrante da narrativa: “É como um coro, não exatamente como na tragédia grega, mas que comenta a história. A maior parte das músicas é cantada e tocada por todo o elencoe as letras são parte do texto e têm função narrativa”, revela João Batista.
Carol Machado – que há dez anos havia colaborado com o grupo em O homem da cabeça de papelão – encarna a mulher que, à medida que o tempo passa, se anula diante das ‘exigências’ da vida, cuidando da família, do irmão, depois do marido e dos filhos, da casa e dos pequenos afazeres da comunidade em que vive, enquanto deixa de lado suas vontades e desejos. Ao lado de Carol, estão as atrizes Giselda Mauler e Sonia Praça, cofundadoras da cia, Cleiton Rasga (colaborando desde 2001) e Ana Moura, Lucas Miranda e Luciano Moreira, todos os três em seu primeiro trabalho com o grupo.
O visual forte, uma das marcas da companhia presente novamente nesta montagem, é resultado do trabalho desenvolvido pelo premiado quarteto que integra a Cia. Dramática de Comédia desde seu início – Dóris Rollemberg (cenografia), Mauro Leite (figurino), Renato Machado (iluminação) e o diretor e autor João Batista, que explica as razões da bem-sucedida e longeva parceria: “Ao contrário da maioria das companhias teatrais, que se formam a partir de um elenco fixo, uma característica nossa é trabalharmos com a mesma equipe de criação desde o início. A experiência acumulada em mais de duas décadas tem ajudado a desenvolver uma linha de trabalho que dá margem a uma série de experimentações e pesquisas, mas que também nos permite manter uma identidade em todas as montagens. E isso inclui também a parceria estabelecida desde 2008 com o diretor musical Marcelo Alonso, fundamental nesse processo.”
Cia. Dramática de Comédia
Criada em 1994, a Cia Dramática de Comédia acumula em 24 anos de atividades 7 prêmios e 27 indicações. Das dezenas de espetáculos adultos e infantis produzidos pela companhia estão o musical Quando a gente ama (2013), com textos inéditos e canções do sambista Arlindo Cruz (Sesc Ginástico, João Caetano e Dulcina); Chagall, o poeta com asas de pintor (2012), no CCBB; Bartleby, o escriturário (2011), adaptação da obra de Hermam Melville, na Casa de Cultura Laura Alvim; A caolha (2010), adaptação do conto de Júlia Lopes de Almeida, selecionada na edição 2009 do FATE, Teatro do Jockey, e selecionada para o Fringe na mostra com curadoria do Festival de Curitiba, em 2011. A encenação anterior, o musical O homem da cabeça de papelão, adaptação do conto homônimo de João do Rio, foi selecionada na edição 2007 do FATE para produções de companhias de trabalho continuado e foi indicada pelo O Globo como um dos dez melhores espetáculos de 2008. Recebeu ainda indicações para o Prêmio Shell, pela direção musical (Marcelo Alonso Neves), e Prêmio APTR, pela iluminação (Renato Machado). No mesmo ano, a companhia montou A História de Romeu E Julieta, livre adaptação infanto-juvenil de João Batista para o clássico de Shakespeare. E em 2004 realizou o musical Caia na gandaia, uma adaptação das chanchadas da Atlântida (CCBB e Casa de Cultura Laura Alvim). A estreia da Cia Dramática de Comédia, em 1994, A incrível história do homem que bebia xixi, adaptação de O médico volante, de Molière, recebeu o Prêmio Coca-Cola de melhor figurino (Mauro Leite), seguindo com Volpone, o morto mais vivo do mundo (Prêmio Mambembe de melhor atriz coadjuvante para Sonia Praça, além de outras indicações) e Esconde-esconde, uma releitura de Judas em sábado dealeluia de Martins Pena. Essa montagem recebeu o maior número de indicações ao Prêmio Coca-Cola de teatro jovemde 1996 – sete categorias, vencendo as de Melhor ator (Eduardo Rieche) e Melhor figurino (Mauro Leite). Seguiram-se E-pa-mi-non-das, versão para o conto homônimo de Arthur Azevedo, vencedora do Premio Coca-Cola de teatro jovem de Melhor figurino (Mauro Leite); George Dandin, de Molière, e O mundo é grande, texto de João Batista, vencedora do Prêmio Maria ClaraMachado na categoria Melhor ator (Nando Cunha), além da indicação na categoria Música (Paula Leal).
João Batista, autor e diretor
Professor de Interpretação na Faculdade CAL de Artes Cênicas, é fundador da Companhia Dramática de Comédia, que em 2018 completa 24 anos de trabalho. Responsável juntamente com Luiz Fernando Lobo (Companhia Ensaio Aberto) pela curadoria e dramaturgia da exposição Que tempos são esses – um ano com Brecht, que estreou na Sala I do CCBB em setembro de 2016 e cumpre temporada de sucesso no Armazém da Utopia. Responsável pela direção artística e curadoria do projeto Veja a cena, ouça a canção, vencedor do Edital de Ocupação do Teatro Dulcina (FUNARJ) e que ocupou o teatro no período abril/julho de 2014 com peças adultas e infantis, leituras dramatizadas, cursos e palestras sobre teatro musical com nomes como Tânia Brandão, Suely Guerra, Marcelo Alonso Neves e Luiz Fernando Lobo. Foi professor de Interpretação na Catsapá Escola de Musicais (RJ) no período 2012/ 1996. Atualmente é professor de Interpretação no Faculdade CAL de Artes Cênicas e no Curso Prático de Teatro do Armazém da Utopia da Cia Ensaio Aberto e ministra cursos livres de Teatro Musical.
Carol Machado, atriz
Atriz e acrobata aérea, é licenciada em dança na Faculdade Angel Vianna. Preparadora e pesquisadora do corpo, Carol é professora de Acrobacia Aérea, Ioga e Gestos Aéreos. Na televisão, atuou nas novelas Top Model, Vamp, Perdidos de Amor, A lua me disse, além de participações nos projetos A vida como ela é, Sítio do Pica Pau Amarelo, Sob nova direção, A grande família, Casos e Acasos, Alinee Odeio Segundas. No teatro, fez Menino Maluquinho; O Atheneo; Confissões de Adolescente; O Diário de Anne Frank; Duas mãos; Duas mãos, a espera; Arlequim, servidor de dois patrões; Turma do Peperê; ÊtaSeu Bonequeiro; O homem da cabeça de papelão; Mistério Bufo; Ricardo III: penso ver o que escuto; Two roses for Richard; dentro do World Shakespeare Festival em Londres e Stratford-upon-Avon, Zumbi, um sonho de revolução, para o Leicester Dance Festival, também na Inglaterra, Ana, ensaios sobre o tempo e o vento; Antes que tudo acabe e Passional. No cinema, fez Quem matou Pixote?, de José Joffily, e A solidão dos dias difíceis, de Eduardo Ramos.
FICHA TÉCNICA:
Ouvi dizer que a vida é boa
Autor e Diretor: João Batista Leite
Elenco: Ana Moura, Carol Machado, Cleiton Rasga, Giselda Mauler, Lucas Miranda, Luciano Moreirae Sonia Praça
Trilha Sonora Original e Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Cenografia: Dóris Rollemberg Cruz
Iluminação: Renato Machado
Figurino: Mauro Leite Teixeira
Preparadora vocal: Paula Bentes Leal
Fotografia e vídeo: Rai Júnior
Produção: Palavra Z Produções Culturais
Direção de Produção: Bruno Mariozz
Realização:Companhia Dramática de Comédia
SERVIÇO:
Temporada: de 7 de junho de 2018 a 1º de julho de 2018
Horários: quinta a sábado, às 20h30 e domingo, às 19h
Ingresso: R$ 30,00 – inteira
R$ 15,00 –jovens de até 21 anos, maiores de 60, estudantes e classe artística
R$ 7,50 – associados SESC
Bilheteria: de terça a domingo, de 15h às 21h
Pagamento em dinheiro. Ingressos antecipados somente no local
Duração: 60min
Capacidade: 242 lugares
Classificação indicativa: 12 anos
Local: Espaço SESC – Arena
Endereço: R. Domingos Ferreira, 160 – Copacabana
Tel: (21) 2547-0156
Acesso para portadores de necessidades especiais
Cia Dramática de Comédia monta texto inédito no Espaço SESC
crédito foto: Rai Junior